COMO JOÃO LESO VENDEU O BISPO
Não sei se o
leitor sabe
João Leso o
que praticou,
Um frade,
mestre dos quengos
Que na mão
dele apanhou
E um vigário
orelhudo
Que João Leso
o assinou.
E a mãe de
Dom Alberto,
Um bispo
milionário,
Que João Leso
passou nela
Um dos
contos do vigário.
Devido a
essa quengada
Quase o
bispo fica vário.
— Diabo! — exclamou
o bispo, —
Tanta fome
que passei,
Pedia batina
aos outros,
Quanta roupa
fuxiquei,
Veio o diabo
e levou
Tudo quanto
eu ajuntei!
Ora! Cento e
trinta e dois
Contos de
réis, tudo em ouro...
Chegar
aquele danado
Com o diabo
no couro.
Minha mãe,
muito da besta,
Entregou-lhe
o meu tesouro.
D. Alberto,
coitadinho,
Inda estava
tão alheio,
Mal sabia
que João Leso
Já estudava
outro meio
Para vir dar
outro furo,
E como de
fato veio.
Ora, João Leso
saiu
Com o bolso
recheado,
Cento e
tantos contos fortes
Davam-lhe o
nome de honrado.
Lá adquiriu
amigos,
Foi bem
relacionado.
Estudou bem
o latim,
Muitas artes
e ciência,
Tanto que
pôde obter
Nome de Sua Excelência.
Todos que o
conheciam
Rendiam-lhe
obediência.
Meteu-se no
seminário
E foi muito
bem aceito,
Fez dois
presentes ao papa,
Esse ficou
satisfeito.
O papa o
chamou nas folhas
“Aluno justo
e direito”.
O dinheiro
de João Leso
Pegou a
diminuir.
Disse João Leso
consigo:
“É
necessário eu sair.
Quem se
agarra sem ter unhas
Está no
risco de cair”.
Escreveu a
D. Alberto
Dizendo ser
um prelado.
E a um
capitalista,
Tendo um dia
confessado,
Esse acusou
um dinheiro
Que dele
tinha roubado.
Deu os
sinais a João Leso
E tudo o que
tinha havido,
A quantia do
dinheiro
Que tinha
subtraído
E a velha
mãe do bispo
Como ele a
tinha vendido.
Obs: Impressão gráfica com capa: papel couchê (formato 11X15)
Quem deseja adquirir entre em contato: nordestinaeditora@gmail.co
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