O NOIVADO MACABRO
AroDinei
Gaia de Sousa, é membro da APLC (Academia Paraense de Literatura de Cordel) e
da ACL (Academia Cametaense de Letras). É paraense nascido em Belém em 1976,
mas seu berço é o município de Cametá (Vila do Carmo).
Seus pais
são ribeirinhos do interior da Amazônia, assim como o autor o que lhe permite
transformar a vivência interiorana em cenário de suas histórias.
Formação:
É
Pedagogo, Historiador e Filósofo com pós graduação nessas áreas e mestre em
Ciências da Educação. É professor na rede estadual do Pará e em faculdades
privadas.
É
organizador do projeto “Maré de Leitura”, onde leva a literatura para áreas
carentes, buscando aproximar assim a leitura dos estudantes, como suporte de
formação humana, principalmente no interior de Cametá.
Literatura:
Despertou
para a literatura ainda na infância através da leitura de cordéis que ganhava
do pai em Cametá. Em Belém na época de estudante era frequentador da biblioteca
onde se alimentava dos mais variados estilos literários até chegar aos
clássicos da literatura brasileira.
Na
literatura é autor de diversas obras em variados estilos literários,atuando
assim como: escritor, poeta, historiador, cordelista e compositor.
Participa
da Feira Panamazônica onde lança seus livros e da Flipa (Feira Literária do
Pará), também já participou do evento “A noite é uma palavra” no teatro
Waldemar Henrique, juntamente com outros poetas. Participa de eventos e saraus literários
em escolas.
Tem obras
publicadas em coletâneas nacionais como a Coletânea Cordelistas Contemporâneos
2017 que reuniu poetas de 12 estados do Brasil.
Publicou
sua primeira obra no ano de 2012 (Irmandade Leiga na Amazônia- História), obra
essa utilizada nas universidades como pesquisa acadêmica e daí não parou mais.
Característica:
As obras
do autor costumam ter três características: o regionalismo, a criticidade e a
historicidade. Esses itens são frutos de sua formação acadêmica e da vivência
interiorana. Assim, é normal encontrar em seus livros o linguajar amazônico, e
cenários que reportam os costumes de “antigamente” no interior, assim como a
forte crítica política e social do país.
Obras do
autor:
Irmandade
Leiga na Amazônia (história)
Ratazanas
na terra de Pindorama (poesia)
O Canto do
Jaçanã (poesia)
Antologia
de Poetas Cametaenses (poesia) Org.
A Fera da
estrada (Conto)
O Velho, o
garoto e a cobra grande (Conto)
O Mistério
do quarto fechado (Conto/romance)
SOME: (Educação)
moduleira de rios e estradas
Aparição (Contos)
E dos
seguintes cordéis:
A peleja
de Zé Pescado contra a astúcia do Pé de Pano
O
Mentiroso
A Pureza
de Gertrudes
O Negro
Sinfrônio na guerra do Paraguai
Defensores
da Educação no Reino de Já-Temyr
A turma da
Mônica em Cametá
A astúcia
do Pescador e a ferroada de arraia
Saudade
Ribeirinha
País do
Avesso
Zumbí de
Palmares
Entre
outros.
O NOIVADO MACABRO
Pedro vagava sem rumo,
Várias horas lentamente.
O dia não havia sido bom,
Estava quase demente.
Era sexta feira treze,
O azar estava evidente.
Bem cedo, foi demitido
Ao discutir com o patrão.
Estava em melancolia,
Vagava em preocupação.
‘Inda estava em sua
cabeça
A ordem de demissão
Porém, para piorar
Aquela melancolia,
Foi deixado por Letícia,
Moça com quem casaria,
Cancelando o casamento,
Consumindo sua alegria.
Sem destino caminhava
Pelas ruas de Belém.
Muito triste reclamava,
Até mesmo do além.
Agoniado pensava:
- O que mais ainda vem?
A lua havia saído,
Mas a nuvem a ocultava.
Andando ele percebeu
Alguém o acompanhava.
O seu corpo arrepiou,
O medo se aproximava.
Aprumou bem a visão
E olhou pra todo lado.
Com o clarão do
relâmpago,
Num reflexo embaralhado,
Viu apenas um vulto,
Havia algo de errado.
Os raios riscavam o céu
Com tenebroso trovão,
E com a batida do sino
Veio a anunciação.
Já apontava meia noite,
Quando ouviu da
escuridão.
O restante deste e outros cordéis você encontra na Coletânea O BAÚ DO MEDO.
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