O CARTEIRO FANTASMA

Flaviano Rodrigues Medeiros, Natural de Jussara - Bahia, nasceu em sete de Agosto do ano de 1986, filho de José Carvalho de Medeiros e Marenita Rodrigues de Medeiros viveu toda sua infância e adolescência na cidade de Barreiras -  Bahia, onde serviu o serviço militar (Exército Brasileiro) e publicou seus três primeiros livros; Assim São os Corações, Um Mundo de Poesias e Eclipse Poético (Co-Autoria - Zeca Pereira).  Atualmente o poeta Flaviano reside na cidade de Formosa - Goiás.

Bibliografia do autor:
ABC do Cachaceiro*
ABC Do Adolescente
Assim São Os Corações
Eclipse Poético*
Entre Sonhos Poesias
O Filho De Mais Um José
Paraíso Dos Versos
Segredos do Coração
Um mundo De Poesias

*Parceria com o poeta Zeca Pereira.


O CARTEIRO FANTASMA


O conto que narrarei
Pode assustar o leitor,
Pois é um grande suspense,
Com momentos de terror,
Uma estória envolvente
D'um carteiro assustador.


O chamarei de fantasma
Esse ser horripilante,
Entregava apenas cartas
De conteúdo intrigante,
Na verdade dava medo
O teor apavorante.


Tinha altura mediana,
Parecia um moribundo,
Magro e cabelos escuros,
Como fosse de outro mundo,
Um rosto cansado e pálido,
Olhar sombrio e profundo.


Quem olhasse nos seus olhos,
Grande pavor lhe apossava
Sentia um frio na espinha,
Em seguida imaginava,
Ser ele o anjo da morte,
Subitamente desmaiava.



Desmaiava pelo medo
O qual dominava a mente
De qualquer uma pessoa
Quando o visse frente a frente,
Era tamanho o pavor
Que a alma ficava ausente.

Deixarei o tal fantasma,
Preciso falar de Alfredo,
Patriarca dedicado,
Porém, guardava um segredo,
Por isso ele também
Faz parte deste enredo.

Alfredo Mendonça Filho
Casado com Juliana,
Tinha duas filhas lindas,
Jéssica e Maria Hosana,
Um ótimo pai e esposo
Sete dias da semana.

Era bom funcionário
Em uma imobiliária,
Corretor bem dedicado,
E na rotina diária
Mantinha um caso escondido
Com outra funcionária.

Secretária da empresa,
Seu nome era Gabriela,
Jovem de cabelos longos
Além de educada, bela,
Gostava muito de Alfredo,
E ele mais ainda dela.                  

Os dois mantinham o caso
Há pouco mais de seis anos,
Um romance bem secreto
Não faziam muitos planos
E em público se tratavam
Como gregos e troianos.



Amantes que se gostavam,
Mas sabiam disfarçar,
Assim eles conseguiam
A mentira preservar,
E sua vida normal
Cada um podia levar.

Em uma manhã bem cedo
Algo estranho aconteceu,
Pois antes mesmo das sete
Alfredo já recebeu
Uma carta, e logo ao ler
Ele se surpreendeu.

Esse carteiro fantasma
Quando a carta lá deixou
Portão, caixa de correio,
E o bom senso ignorou,
Alfredo não entendeu
A forma como ele entrou.

Agiu sem nenhuma ética
E sem a menor prudência
Pois por debaixo da porta
Jogou a correspondência
Bateu ele em retirada
Com pressa da residência.

Ao ler a carta, sorriu
Pensando: “Foi um engano
Me deseja aqui melhoras,
Porém ainda esse ano,
Eu doente não fiquei,
Nem faz parte do meu plano”.


A carta também não tinha
O nome do remetente
Alfredo pensou consigo:
“Que carteiro mais pra frente,
Ele abriu o meu portão,
Uma atitude indecente”.

Retornou para findar
Seu café posto na mesa
Junto a sua família,
Sem imaginar surpresa,
Mas a teria mais tarde
Quando chegasse na empresa.

Por volta das nove horas
Teve enjôo e mal estar,
Pensou ter sido o café
Que acabara de tomar,
Teve de voltar pra casa
Sem conseguir trabalhar.

Chegou em casa de pressa
Com a cabeça a doer,
Pediu a sua esposa
Que ligasse pra dizer,
Que estava passando mal,
Trabalhar não ia poder.

A esposa ligou na empresa
Para avisar o ocorrido,      
Seu esposo estava mal
Enjôo havia sentido,
O patrão falou pra ela:
— Eu já sei do acontecido.


Ricardo, patrão de Alfredo
Disse a ela bem assim:
— Já li aqui o bilhete
O qual deixou para mim
Relatando que ele estava
Com um mal estar sem fim.

A mulher disse ao esposo
Enquanto se retirava:
— Ele já viu seu bilhete
Pois na sua mesa estava,
Também que no seu trabalho
Você não mais retornava.

Pensou sozinho consigo
“Qual bilhete ela falou?”
Afinal não escreveu
Lá também nada deixou
Certamente Gabriela,
Ao seu patrão entregou.


O final deste e outros cordéis você encontra na Coletânea O BAÚ DO MEDO.

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