A GÊMEA

Biografia
 José Cardoso Pereira (Niro Carper em arte)

Casado, pai de três filhos. Filho de José Pinheiro Pereira (pescador) e Maria de Fátima Cardoso Pereira (professora aposentada). Nasceu na vila Araí, Augusto Corrêa, Pará, em 02/11/1976.
Seu Pai era um leitor assíduo dos folhetos de Cordel e foi dessa forma que Niro, desde a infância, descobriu o mundo do Cordel, através dos livretos da coleção do pai, mesmo antes de aprender a ler. Aos 8 anos de idade leu seu primeiro cordel:  O Príncipe Formoso. Após os 15 anos de idade, iniciou a sua própria coleção de cordel, que hoje já conta com quase 500 títulos.
De tanto ler Cordel, despertou em si, o dom de inventar histórias. E hoje já escreveu mais de 100.
Em 2001 mudou-se para o município de Ananindeua-PA e em 2010 começou a escrever seus primeiros cordéis.
Cordéis publicados: O Valente Gavião; Vampiro, Depressão Sombria (parceria com Josué Gonçalves); Uma História ao Luar; A Tragédia da Vingança; O Mistério do Fantasma da Festa.
Contatos com o autor:
Facebook: Niro Carper
whatApp: (91) 98292-6999




 A GÊMEA

Cristina, uma bela jovem,
Morava no interior,
Seu desejo era formar-se
No ensino superior,
Mudou-se para a cidade
Com fé e muito dispor.

Entrou para a faculdade
No curso Pedagogia.
Fez logo grande amizade
Com a bela jovem Sofia.
Sempre uma ajudava a outra
No que a tarefa exigia.

Um dia Cristina estava
Esperando a condução
Numa parada de ônibus,
Passou uma lotação,
Sua amiga estava dentro,
De lá acenou com a mão.

Cristina acenou também
E a lotação foi embora.
Seu transporte apareceu
Quase que na mesma hora,
Ela pagou e sentou
Ao lado de uma senhora.

Na segunda-feira à noite
Estava na faculdade,
A colega apareceu.
— Me fala da novidade,
A menina é tua filha?
Quantos anos tem de idade?

— Do que você está falando?
Não consigo entender nada.
— A menininha que estava
Contigo lá na parada
Na hora que eu acenei —
Na tua calça agarrada.

Cristina se arrepiou.
— Juro que eu estava sozinha,
Não tenho filha nenhuma.
— Mas eu vi a menininha,
Aparentava três anos,
Com vestido de bolinha.

— Meu Deus, que conversa é essa?
Você está amalucada.
— Tinha um laço no cabelo,
Parecia estar zangada.
Acenei e ela ficou
Na tua perna abraçada.

— Por Deus que não senti nada,
Veja que me arrepiei.
— Te garanto minha amiga
Que nada disso inventei —
Vai logo em um centro espírita —
— Mas isso eu jamais farei.

Com uma semana Cristina
Retornou da faculdade.
Morava sozinha, então
Estava bem à vontade.
Era quase onze da noite,
Fazia frio na cidade.

Preparou o seu jantar,
Deitou-se na sua cama,
Ligou a televisão,
Escolheu o seu programa.
Jantava enquanto assistia —
Estava só de pijama.

Terminando de jantar
Continuou descansando.
Viu pela porta do quarto
Uma menininha entrando,
Chegou e subiu na cama,
Ao seu lado foi deitando.

Aparentava três anos,
Com vestido de bolinha,
Tinha um laço no cabelo,
Era muito bonitinha,
Olhou Cristina e falou:
— Olá querida irmãzinha!

Cristina logo espantou-se
E deu um grito assustada.
Olhou e não viu ninguém,
Somente a TV ligada.
— Ufa! Mas que pesadelo —
Respirou aliviada.

O final deste e outros cordéis você encontra na Coletânea O BAÚ DO MEDO.


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