A LAGOA DO TERROR

Flávio Barjes nasceu no povoado de Santa Terezinha do Tauiri municipio de Itupiranga -Pará, cresceu ouvindo as histórias fantásticas
descritas na literatura de cordel, tornando-se
mais tarde um escritor e colecionador de cordéis.
Atualmente com 10 títulos escritos:
O cheiro do pequi, Sozinhos na madrugada,
Sexta-feira no barzinho, A garota de programa
e o vinho misterioso, Um deputado perdeu
cem mil lá no matagal, O magrelo comilão,
O pinguço perturbado e o chá da goiabeira,
Quebradeira no boteco, O filho do caipira
e o prêmio da cidade (em parceria com
Varnecílio Paulo) e o jantar repugnante
da coletânea de terror a cabana maldita.

Contatos com o autor:
flaviobarboza13@outlook.com
(062) 998492134

A LAGOA DO TERROR

Fatos reais de terror
Há tempos são relatados,
Lugares, coisas estranhas
São por fotos registrados,
Porém muitos desses casos
Nunca foram desvendados.

Quatro jovens estudantes
Transitavam numa estrada,
Conduzindo um gol vermelho
De forma bem apressada,
Lá no estado do Pará,
Numa tarde ensolarada.

Eram: Caio, Cleonice,
Eduardo e Adriana.
Essa turma planejou
Passar o fim de semana
Com muita diversão em
Cidade interiorana.

Após andarem bastante
Naquele sol de verão,
Às margens daquela estrada
Avistaram um barracão,
Quiseram fazer parada
Pra ter uma informação.

Em frente à morada havia
Uma roseira amarela,
Quando o rapaz buzinou
Alguém saiu à janela,
E também puderam ouvir
Latidos d'uma cadela.

Se aproximou do veículo
Um homem bastante idoso,
Usando um chapéu de palha
Meio espalhafatoso,
Muito sujo de poeira
E por demais receoso.

Com um gesto cordial
Fala o rapaz do volante:
— Boa tarde meu senhor,
Tem água daqui adiante
Para nos aliviar
Desse calor escaldante?

O arredio ancião
Falou de forma pausada:
— Sim, existe uma lagoa
Na segunda encruzilhada,
Porém eu não recomendo
Pois é lagoa assombrada

Mas, além dessa tem outra
Que também é muito bela,
A três quilômetros à frente,
Logo após uma pinguela.
Lá é bom e todos nós
Só tomamos banho nela.

— Uma lagoa assombrada
Aqui nessa região?
Nos fale desse mistério —
Completou o ancião:
— Se querem mesmo saber
Vou contar, prestem atenção:

— Há dez anos residia
Na vila do Areal
Um homem misterioso
Por nome Tomé Sobral,
O qual levou sua vida
Praticando só o mal.

Foi um grande feiticeiro
Daqui desta região,
Nenhuma arma o feria
Revólver, faca ou facão.
Fazia as balas caírem
Bem derretidas no chão.

Se alguém tivesse um problema
Relacionado a magia,
Só bastava o contratar
Que tudo se resolvia,
Não importava o serviço
Tomé Sobral garantia.

Com seus  rituais macabros
Cometeu atrocidades,
Exterminou muitas vidas,
Foram de várias idades,
Era a grande profissão
Desse mago das maldades.

Tinha somente uma filha
O tal homem arrogante,
Mas apesar de casado
Era um infiel constante,
Por conta disso a esposa
Resolveu ter um amante.

Na ausência do esposo
Ela foi se encontrar
Com seu jovem namorado
Somente pra se vingar,
Acreditando que o bruxo
Jamais ia suspeitar.

Mas os espíritos das trevas
Haviam lhe alertado,
e com isso ele fingiu
Que tinha se ausentado,
Findou flagrando os dois
Já em ato consumado.

Junto com seus três capangas
O feiticeiro arrogante,
De maneira desumana
Os espancaram bastante,
E as suas genitais
Os retirou nesse instante.

Em sua caminhonete
Os levaram ensanguentados,
Pra dentro dessa lagoa
Os jogaram amarrados,
Dois homens puderam ver
Essas cenas assustados.

Na noite do acontecido
Sua filha enlouqueceu,
Foi  chorando pra lagoa
Por lá desapareceu,
E também em pouco tempo
O feiticeiro morreu.

Desde esse tempo a lagoa
Se tornou algo infernal,
O povo acredita que
Muitos espíritos do mal
Habitam naquelas águas
Junto com o bruxo Sobral.

Pois se ouve qualquer hora
Barulhos assustadores,
Vultos sinistros às noites
Muitos gemidos de dores,
Tudo isso aterroriza
Quando passam os moradores.

Disse Eduardo beijando
E abraçando Cleonice:
— Galera isso tudo é lenda,
Seria uma idiotice
A gente deixar de ir
Por causa dessa crendice.


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